E aí pessoal tudo bem? Espero que sim!
Vamos lá então! O assunto de hoje é Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que é definida como sendo um mal crônico, progressivo e irreversível que se caracteriza, de uma forma geral, por um aprisionamento aéreo que, à medida que avança, diminui o fluxo aéreo do paciente levando-o a quadros de dispnéia cada vez com esforços menores.
Tem como etiologia (causa) principal o tabagismo (em torno de 75%). Porém outras causas possíveis são: poluição atmosférica, fatores sócio-econômicos, idade, sexo, raça, álcool e o clima.
Apresenta como sinais clínicos característicos: dispnéia (inicialmente a grandes esforços e, com o avançar do quadro, cada vez mais presente aos menores esforços); tosse (reflexo de proteção do aparelho respiratório que visa controlar uma das características principais da DPOC que é o excesso de produção de muco na árvore brônquica); sibilância (evidência perceptível a ausculta pulmonar que caracteriza a broncoconstrição e o excesso de secreção nos brônquios terminais); descondicionamento físico (que aumenta rapidamente a medida em que a patologia progride); depressão, ansiedade e isolamento (condições emocionais que agravam e aceleram o quadro patológico).
Fisiopatologicamente podemos distinguir 2 tipos de DPOC. O primeiro tipo (ou Tipo 1) é o que a Bronquite Crônica é o quadro clínico dominante e o Tipo 2 é o que o Enfisema é o predominante. Vejamos com mais detalhes!
Bronquite Crônica: é uma patologia caracterizada pela produção excessiva de muco pelas células do epitélio respiratório dos brônquios. Tem como sinais evidentes a tosse produtiva crônica ou recorrente por 3 meses em 2 anos seguidos. O que determina o componente obstrutivo desta patologia é a reação inflamatória que ocorre na árvore brônquica devido ao excesso de produção de muco.
Enfisema Pulmonar: antes de mais nada vale a pena justificar o uso do termo pulmonar após o enfisema. Existem outros quadros de enfisema como por exemplo o subcutâneo que não tem, necessariamente, relação com o pulmonar. O enfisema pulmonar é uma patologia caracterizada pela destruição dos septos alveolares que são, progressivamente invadidos por tecido fibroso, fazendo com que ocorram alterações morfológicas e funcionais, por consequência, nos alvéolos. Tal lesão estrutural faz com que o fluxo de oxigênio no sangue caia progressivamente fazendo com que a oxigenação tecidual caia bruscamente o que, a médio prazo, levará o paciente a um quadro de descondicionamento físico grave.
De uma forma geral podemos definir as seguintes alterações nos portadores de DPOC:
- Hiperinsuflação / Aprisionamento de ar = principal característica do DPOC. Leva a alterações funcionais (aprisionamento de ar com retenção de CO2) ou mesmo estrutural (tórax em tonel ou globoso);
- Achatamento do diafragma = o quadro de hiperinsuflação faz com que o diafragma perca em distensibilidade de suas fibras, uma vez que ficará achatado pela grande quantidade de volume residual. Lembrem-se que um músculo encurtado é um músculo fraco, assim sendo, este é mais um critério que dificulta o maior volume inspiratório.
- Perda de recolhimento elástico = é importante que definamos que um tecido elástico é o que possui a capacidade de retornar ao formato inicial após a cessação da força de tração. Este tecido tem o seu conjuntivo, rico em uma proteína denominada elastina. E esta é uma característica do tecido pulmonar. Porém, com a substituição gradual do tecido conjuntivo normal por tecido fibrótico o pulmão perde a elasticidade que lhe confere uma maior possibilidade de troca de ar com a atmosfera, uma vez que tal troca se deve a diferenças de pressão.
- Broncoespasmo = reação imune (inflamatória e de contração da musculatura lisa) do tecido pulmonar às constantes agressões inerentes ao quadro do DPOC.
- Desequilíbrio da relação V/Q = a relação ventilação / perfusão (V/Q) é o que demonstra a eficácia da troca gasosa, uma vez que é a relação entre a quantidade de ar que entra no sistema (ventilação) e a quantidade de ar (O2) que será espalhado (difusão) para a corrente circulatória. No DPOC há um desequilíbrio da quantidade de ar que entra no sistema respiratório (que é diminuída) e a quantidade do ar que será difundida pela corrente circulatória.
Funcionalmente podemos caracteriza do DPOC em 5 estágios:
- Grau 1 = o paciente só apresentará desconforto respiratório frente a grandes esforços.
- Grau 2 = apresentará respiração curta quando anda depressa no plano ou sobe uma ladeira.
- Grau 3 = caminha mais devagar que as outras pessoas da mesma idade no plano, ou quando tem que parar para descansar quando caminha no seu próprio ritmo.
- Grau 4 = precisa de pausas para respirar após caminhar 100m ou poucos minutos no plano.
- Grau 5 = apresenta cansaço aos pequenos esforços como se vestir por exemplo.
ATENÇÃO: NOTE QUE A MEDIDA EM QUE O GRAU AUMENTA O PACIENTE APRESENTA A DISPNÉIA (CANSAÇO RESPIRATÓRIO) EM MAIOR INTENSIDADE AO MENOR ESFORÇO. ASSIM SENDO, O PROGNÓSTICO FICA CADA VEZ PIOR.
Nos próximos posts falaremos sobre o tratamento fisioterápico no DPOC!
Abraços a todos e eu espero estar sendo útil!!! E lembrem-se de estudar pela bibliografia recomendada por mim que está disponível na Biblioteca!!!
Até qualquer hora!!!
Prof. Otávio Plazzi
21/08/2010 - 23hs00min
olá Professor Otavio,
ResponderExcluirAluna: jéssica 6°período
"Nem todo DPOC é Fumante, Mas todo Fumante tem DPOC".
Esse seu resuminho de DPOC ficou excelente.
Obrigado Jéssica, mas me permita só fazer um reparo em seu comentário! Todo fumante, caso não pare rapidamente virá a ter DPOC, ok?
ResponderExcluirAbraços e que bom que vc gostou!! Espero tê-la ajudado!
Interessante nao Otavio...com isso tudo q o TABAGISMO causa, as pessoas ainda fumam...suicídio a longo prazo...haha
ResponderExcluirotimo esses arquivos q vc deixa aqui^^
Olá, esse texto o qual o Sr. postou foi de grande ajuda. Gostaria de saber se o Sr. Teria algum artigo de DPOC relacionado com nutrição enteral ou tratamento enteral?
ResponderExcluirAguardo resposta!
Grata.
Olá Pâmela! Antes de mais nada obrigado por vir ao blog e desculpe pela demora em respondê-la! É uma pena mas não vou poder te ajudar! Pelo menos não agora! Vou procurar e, se encontrar te aviso!
ResponderExcluirDesculpe a curiosidade mas você é de onde? Como encontrou o meu blog?
Abraços e muito obrigado!
Olá, Sr. Desculpe a demora pra responder também!
ResponderExcluirEntão, sou de são paulo, estudante de nutrição faculdade da uninove. Encontrei seu site fazendo um pesquisa pelo google, achei super interessante os assuntos abordados no seu blog, inclusive este. Bem esclarecedor este sobre DPOC.
Porém, tenho que fazer um trabalho sobre DPOC que envolva tratamento enteral (nutrição enteral). E não consegui achar nada que envolva os dois assuntos. Por isso tomei a liberdade de perguntar ao Sr. se possuia algum artigo que abordasse o assunto.
Agradeço pela atenção, e desculpe o encomodo!
Abraços!
Pâmella de forma nenhuma vc está me incomodando! Espero poder ajudá-la! Me faça um favor, envie-me um e-mail no prof.otavioplazzi@gmail.com para que eu possa enviar-lhe os artigos que tenho! Não são especificamente sobre o tema que me pediu mas pode ser que te ajudem de alguma forma!
ResponderExcluirAguardo! Boa noite!
Pâmella encontrei esse TCC na net mas tenho alguns artigos. Mande-me um e-mail que mando os outros.
ResponderExcluirO link do TCC é: http://www.dammous.com/nutri/trabalho/dpoc.asp
Boa noite!
Òtavio sempre ajudando com uma paciência valeu..
ResponderExcluirZilda 67 anos grau 3, vc me esclareceu bastante ,obrigada.30/04/2014
ResponderExcluirProf.Otávio conheço um paciente com DPOC grau 4,ele não aguenta nem andar mais,os medicamentos que usa não faz mais efeito,essa doença ela o paciente a óbito ou tem cura ou o paciente fica agonizando muito tempo,espero resposta ruthfioroti@hgmail.com esse paciente tem 67 anos DPOC grau 4
ResponderExcluirOla, estou fazendo meu tcc sobre DPOC e gostaria de saber a referencia que você utilizou para descreveu os 5 estágios de grau de DPOC?
ResponderExcluirObrigada
Ola, estou fazendo meu tcc sobre DPOC e gostaria de saber a referencia que você utilizou para descreveu os 5 estágios de grau de DPOC?
ResponderExcluirObrigada
Boa tarde, Prof. Otávio! Seu artigo é muito esclarecedor e rico nos detalhes. Meu marido tem 87 é DPOC (ex fumante+16 anos) nível 4. Atualmente esta sendo internado em intervalo muito curto devido a oscilação na saturação. Fazemos de tudo, mas gostaria de saber se além do oxigênio, fisioterapia respiratória com uso do bipap ainda existe algo que possa ajuda-lo. Obrigada
ResponderExcluirOlá! Boa tarde. Agradeço por seu carinho e respeito com o meu trabalho.Tem algo novo a oferecer sim. Se tiver interesse e quiser me chamar no WhatsApp, me mande um e-mail que te passo o número. E-mail: prof.otavioplazzi@gmail.com
ExcluirBoa noite Dr.
ResponderExcluirMinha mãe tem DPOC em estágio avançado e reside no RJ.
Como moro em cidade perto de clima bem mais ameno, notei que minha mae quando passa um período conosco, apresenta aparentemente uma melhora, parecendo que o clima da minha cidade a ajuda bastante.(resido em um sítio com muita mata nativa).
Pergunto ao ar...essa leitura de melhora de um portador de DPOC realmente apresentaria de fato algum benefício para ela em substituição ao clima quente, seco e poluído do RJ?
Desde já agradeço ao sr pelo retorno e pela matéria apresentada.
Atenciosamente
Marcelo Castro
Adorei o conteúdo! Parabéns!
ResponderExcluirBoa noite. Adorei seu blog. Meu esposo está com enfisema.Ele está medicado,mas não largou o cigarro. Ele adquiriu asma,ele se engasga muito. As vezes acorda com o engasgos. Como posso ajuda lo nessa hora? Obrigada
ResponderExcluirOlá!! Caso tenha interesse em conhecer mais sobre essa doença eu posso te ajudar. Me envie um e-mail dr.otavioplazzi@gmail.com que nos falamos com mais calma! Muito obrigado por ler o blog!!!
ExcluirBoa noite, tenho 52 anos, fui diagnosticada com Enfisema centrolobular difuso, na espirometria a conclusão foi Disturbio Ventilatório Obstrutivo Moderado (Grau II) - 62%, minha médica disse que atualmente esta porcentagem, junto com meus sintomas, classifica como enfisema leve. Fiquei em dúvida, pois vários artigos que li falam que é moderado. E sobre a expectativa de vida de que tem enfisema leve/moderado qual é?
ResponderExcluirTodo ex-fumante devia fazer testes para avaliar o pulmão e se já desenvolveu a doença. De fato parar o tabagismo ajuda, mas se vc já foi fumante por décadas é bom ir ao pneumonologista. Vou dar um exemplo do que ocorreu na minha família:
ResponderExcluirPois perdi minha tia assim, uma senhora cheia de vida. Eis que aos 50 anos ela já havia parado de fumar, provavelmente o médico já a diagnosticou com DPOC e a doença mesmo estacionada - pois como sabemos é irreversível - lhe causava muitos problemas, chegava ao ponto de não conseguir subir um único degrau sem cansaço, fora as tosses, escarros diários e dispneia. Entretanto durante esses anos nunca foi procurar ajuda médica, por medo mesmo de descobrir algo pior como um Cancer. Faleceu aos 73 anos, devido a exacerbação da DPOC apos o tratamento de uma pneumonia (já é quase fatal em idosos, em que tem DPOC pior ainda). O estado dela estava gravíssimo vindo a ir para a emergência diversas vezes e dali não saiu mais. Uma pena, pois tinha mta vontade de viver, mas ela sabia que estava partindo, pois seus sintomas já haviam piorado muito a ponto dela parar de trabalhar.
Bom Dia Doutor, para a pessoa que tem DPOC moderado é melhor viver nas montanhas ou praia? Minha mãe tem DPOC, que mudar para Campos do Jordão e ela não quer, disse que o clima será prejudicial, faz sentido? Ela quer ir para a praia. Obrigada pelos seus esclarecimentos
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